domingo, 12 de janeiro de 2014

Ushuaia e Atacama


Rumo ao Fim Del Mundo

Uma viagem a bordo de um troller t4 2011, onde rodamos eu e minha navegadora/esposa, aproximadamente 23.000 kms. em 43 dias, partindo de Salvador-Ba, no dia 20 de dezembro de 2013, com objetivo principal de conhecer o Ushuaia e Atacama, para tanto percorremos Uruguai, Argentina, Chile e Perú.
Esta foi sem dúvida uma grande VIAGEM, aquela que podemos chamar de fato de uma "Verdadeira Expedição". Ressaltamos dentre os pontos visitados; O Glaciar Perito Moreno, o trecho entre Los Antíguos e Cochrane (Carretera Austral), esta passagem pelos Andes costeando o lago General Carrera é dotada de visuais indescritíveis; a costa do pacífico entre La Serena e Antofagasta; a região dos lagos na Argentina e a interoceanica no Peru, quando corta os Andes e a amazonia peruana.
Descemos ao Fin Del Mundo, na Terra Del Fuego pela costa do Atlântico e retornamos pelas estradas lendárias como a Ruta 40 (Arg), Carretera Austral (sul do Chile), Panamericana que liga o Chile ao Alasca (Chile-Peru) e a Interoceanica (rota de acesso ao pacífico entre Brasil e Peru).
A nosso favor temos o fato de que os primeiros 4.000 km, já conhecíamos  bem de outras viagens e sendo assim, para nós, esta expedição tem início em Punta Del Diablo (URU), a poucos quilômetros do Chuí, onde encerramos uma viagem anterior. Desta forma, o trecho até Punta Del Diablo, foram percorridos com paradas apenas para pernoite.
Esperamos que este relato sirva de estímulo para outros aventureiros e que o diário de bordo contenha algumas dicas úteis.
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Salvador - Punta Del Diablo

Nesta etapa nossas únicas observações são:
- a inesperada a precariedade da BR 251-MG, chuva, lama, buracos e muito carros com pneus   furados,
- trecho entre Vacarias (RS) e Caxias do Sul (RS), que desaconselhamos seja feita a noite. Já cansados, as curvas e sobe-desce na serra pareceram infindáveis.

Trechos – pernoite;

20/12 – Salvador – Montes Claros(MG) 900 kms – Motel Garden Premium
21/12 – Montes Claros – Rio Claro (SP) 948 kms – Hotel Cristal
22/12 – Rio Claro – Caxias do Sul (RS) 1043 kms- Hotel Ibis
23/12 – Caxias do Sul – Chui 635 kms – Hotel Bianca (não gostamos)


24/12 – Chuí – Punta Del Este 262 kms – Hotel Las Palmas;

- Punta Del Este – Cidade muito bem estrutura e bonita.  Farra cara, mas felizmente conseguimos um hotel simples mas agradável, bem localizado e com ótimo preço. Caro também aqui é o diesel que convertidos custam a bagatela de R$ 4,32/L.





















Maravilhoso por do sol em Punta del Este. Aprx 21 hs.







25/12 – Punta Del Este (URU) – Buenos Aires (ARG) – 348 kms – Hotel Be Hollywood;
- Quando chegamos a Montevideo (URU), verificamos que somente havia buquebus para a noite e como achamos a cidade quente, suja e feia, resolvemos continuar até Colonia del Sacramento, onde passamos um dia agradável, no Bar/restaurante Puerto Tranquilo tomando banho no rio da Prata, (calorzão 37 graus à sombra) e as 22 horas embarcamos no buquebus para Buenos Aires, uma hora de travessia pela bagatela de R$ 685,00.









 O buquebus



26/12 – Buenos Aires -  Mar Del Plata -  Hotel Sennac
- Rapido passeio por Buenos Aires, enfrentamos de cara um grande engarrafamento, característica de qualquer cidade grande, fato que contribuiu para seguirmos caminho para Mar del Plata.
Hoje, na estrada, começamos a ver as imprevisíveis mudanças do tempo desta região, de repente o ceu escureceu, uma chuva forte e um vento tão arrasador que lançava a chuva totalmente na horizontal, mas chegamos bem a Mar Del Plata, uma outra cidade  grande, bonita, porém, não tanto quanto Punta Del Este. No caminho observamos uma área montada pela Jeep, com diversos obstáculos off road, para testes e evidentemente divulgação da sua marca, Cherokee e do wrangler, pena que logo hoje estava fechada.



















27/12 Mar del  Plata - Sto. Antonio Oeste - 822 kms - Hotel Costa do Sol
Saimos em direção a Bahia Blanca que fica no litoral. Dia tranquilo, na estrada encontramos dois casais de brasileiros em uma hilux, seguimos viagem juntos até San Antonio Oeste, onde fizemos as fotos de um por do sol fantástico, próximo ficam as grutas onde tem aguas quentes e transparentes, neste trecho venta muito, motoqueiros aqui sofrem. Cansados optamos por dormir em San Antonio  e não em Puerto Madri conforme progamado.  



























28/12 San Antonio Oeste – Las Cabanas – 821 kms - Hotel Las Cabanas
Neste trecho ficam alguns lugares interessantes da Patagônia Atlantica, como Puerto Madryn (entrada para a Peninsula Valdez – local otimo para observar a vida marinha, como baleias, orcas, pinguins, etc.);  Punta Tombo (lar dos pinguins); Punta Delgada (falésias incrustadas de fósseis). Gostamos bastante de Puerto Madri, vale uma boa parada. O atraso de ontem repercutiu no dia de hoje, pernoitamos um pouco antes de San Julia, para nossa flicidade encontramos na estrada uma pousadinha agradável  – Las Cabanas, onde fomos bem recebidos por Danilo, o proprietário.


















29/12 Las Cabanas – Rio Grande – 924 kms - Hotel La Sauce 
A Atração do dia de hoje foi San Julia, onde vimos a réplica em tamanho real da nau Victoria e onde dizem que os pinguins passeiam nas ruas (não vimos nenhum) e o Estreito de Magalhães onde atravessamos para a Terra Del Fuego. Cruzando  o territorio Chileno, por estada de rípios, tivemos que passar por duas aduanas, uma antes da balsa em Monte Aynomd e a outra em San Sebastian.
Ao longo do caminho, todos os argentinos e chilenos, (policiais e funcionários das aduanas), foram bastante simpáticos. Na estrada quando nos paravam, queriam mesmo era bater um papo, brincavam, falavam do carro, diziam que iam papar a taça na copa de 2014. Até aqui nenhima propina.










30/12 Rio Grande – Ushuaia – 220 kms - Hotel Las Lengas
Grande dia!  A estrada é linda, cada visual espetacular, passamos pelo Lago Fasano, Lago Escondido e Paso Garibaldi. No Ushuaia os belos visuais continuam, mar tanquilo, casas de madeiras, morros com os cumes nevados, muito frio (por aqui o maior temperatura, chega a apenas 18 , porem o tempo muda a qualquer hora, hoje, apesar de estarmos no verao o dia esta bem frio, sensacao de 0 graus). Visitamos o Parque Nacional, onde fica estação do Trem de Fim del Mundo e o camping de mesmo nome. Lá encontramos alguns aventureiros alemães e australianos com suas viaturas bem equipadas.  



















































































31/12 - Ushuaia, 
Hoje um dia de sol, mas o frio continua. Aproveitamos para passear pelo canal de Beagle e conhecer alguns pontos turísticos, a exemplo do presidio, teleférico, museu,  dentre outros, por ser feriado a visita restringiu-se apenas na parte externa. Degustamos um delicioso cordeiro regado a vinho, em uma linda estação de esqui, na estrada chamada de Cabanas Sitz Roy. Viramos o ano em uma taberna, na companhia dos amigos brasileiros, que voltamos a encontar no Ushuaia.









 


 

01/01 - Ushuaia - Punta Arenas - 840 kms. -              Hotel Diego De Almagro

Hoje, no primeiro dia do ano, iniciamos o caminho de volta do Fim Del Mundo. Chegamos ao Ushuaia após percorrer 8.016 kms.
Descemos pela Patagônia Atlântica, em sua maior parte formada por estepes, penhascos, rios e praias desertas e geladas. Agora iniciamos a Subida pela Patagônia Andina, passando por paisagens bem diferente com visuais bem marcantes como geleiras, montanhas, vulcões e enormes lagos.
Como desejamos conhecer alguns pontos do território argentino e chileno, nesta subida, cruzaremos diversas vezes a cordilheira dos Andes, ate chegarmos a Pucon no Chile, quando sairemos para o litoral em Valparaiso  e seguiremos costeando o pacífico.
Hoje atravessamos novamente a Terra Del Fuego. Neste trecho, é importante não esquecer de abastecer em Rio Grande e no Ushuaia (só ha postos nestas duas cidades). Existem duas balsas que cruzam o Estreito de Magalhäes, que separa a Terra Del Fuego do continente. Uma das balsas está entre Kimiriaike e San Sebastian, sai de 30 em 30 minutos e a travessia dura 20 minutos, a outra balsa liga Porvenir a Punta Arenas, sai uma única vez por dia, em horários irregulares e leva 2:30 hs, porém, encurta a distância em aproximadamente 200 kms. Neste dia esta segunda balsa, estava programada para às 14 hs e como sabíamos que não chegaríamos a tempo, tivemos que optar por retornar pelo mesmo caminho da ida, opção que nunca não gostamos de fazer.























02/01 - Punta Arenas                                     Hotel Diego De Almagro

Punta Arenas é uma cidade relativamente grande, localizada na outra margem do estreito de Magalhães e como fica em uma faixa estreita de terra, venta muito e faz mais frio que no Ushuaia. Passamos por uma ladeira onde observamos algumas placas onde se lia "Evacuacion Tsunami" e soubemos que tem até uma praça com corrente para auxiliar na caminhada contra o vento.
Chegamos a Punta Arenas com um problema na braçadeira da mangueira do radiador e deixamos o carro aos cuidados de Cesar proprietário da oficina, da qual infelizmente esquecemos o nome e deletamos equivocadamente a foto. Ainda estamos a procura alguma outra referência, pois gostamos bastante do atendimento e pode vir a ser útil para outros.   
Enquanto o carro estava na oficina, fomos à zona franca e depois almoçar no terceiro piso do Mercado Municipal, onde comemos um delicioso polvo e um congrio acompanhado de cerveja e pisco sauer.






03/01 - Punta Arenas - Parque Torres Del Paine - 375 kms 
Hotel Lago Del Toro

No caminho passamos por Puerto Natales, cidadezinha turística que fica a 115 kms do nosso destino, muito utilizada como base por aqueles que querem explorar o parque com menores custos. Após 24 kms de Puerto Natales fica a Cueva Del Milodón, uma caverna que foi habitada por uma espécie de preguiça gigante, mas no momento que passamos por este local, chovia muito e desistimos de ir a caverna.
O parque Torres Del Paine, possui quatro entradas, todas muito mal sinalizadas. Deveríamos entrar pela entrada próximo ao setor serrano, portaria mais ao sul, mas estava interditada, entramos pela Laguna Amarga e percorremos, ainda neste primeiro dia, grande parte das trilhas até chegar ao nosso hotel, que fica mais ao sul em um vale muito bonito. Por aqui as diárias de hotéis não são baratas, mas vimos alguns camping´s  muito leigas e bem localizados. Nesta viagem viemos preparados para esta opção, mas ate agora não houve necessidade e somos friorentos.  
Torres Del Paine, com certeza, abriga grandes belezas, uma atmosfera fantástica, formada por elementos simples: ar, terra, água, fauna e flora. Muitos Visuais impressionantes.













04/01 Torres Del Paine – El Calafate - 375 kms
Hotel Complexo Turístico Los Dos Pinos

O dia amanheceu bem frio e com fortes ventos. Estávamos decididos a percorrer as rotas que faltavam e seguir para El Calafate. Iniciamos pelo caminho que leva ao Lago Green, onde é possível avistar glaciares e fazer passeios de catamarã. O lugar é lindo, tem uma ponte para pedestres, cruzando o rio, que possibilita bons visuais. Tirar fotos, porém, é tarefa difícil por causa do vento forte, a ponte balança muito, e fica difícil segurar maquina, óculos e ainda se manter seguro.
Na volta desta trilha, fomos surpreendidos por uma violenta rajada de vento, que mesmo vindo na mesma direção que nos deslocávamos, arremessou uma pedra contra o vidro traseiro do troller, com tanta força, que além de quebrar o vidro, provocou uma espécie de redemoinho dentro do carro, jogando várias coisas para fora. Agimos no impulso e abrimos as portas. A porta do motorista foi abruptamente, quase que arrancada e jogada contra o pára-lama dianteiro, quebrando o vidro e a trava longarina que prende a porta. Naquele momento pareceu que tudo ia literalmente pelos ares. O troller e um carro pesado, mas sentimos o carro balançado. Com muita dificuldade conseguimos recuperar nossas coisas e voltar para o carro. Quando estávamos arrumando o carro, vimos um quadricículo, com um casal, perder o controle devido ao vendo e ser arremessado contra as pedras. Felizmente só tiveram pequenas escoriações. Após Conseguirmos plásticos grossos, que prendemos por dentro com elásticos e fitas, improvisando uma cobertura, seguimos viagem, ainda impressionados com a força brutal do vento.
Em El Calafate, ficamos no Complexo Turístico Los Dos Pinos, parece até nome de resort, mas é um local simples, com apartamentos e cabanas bem legais, com garagem fechada e excelente preço. O hotel organiza diversos passeios.
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05/01 - El Calafate

Como chegamos no sábado, teremos que aguardar até segunda para tentar dar um jeito nos vidros do carro. Deixamos o carro na garagem do hotel e fomos de ônibus visitar o Glaciar.
O glaciar Perito Moreno, considerado uma das maravilhas do mundo, e uma das mais importantes reservas de água doce do planeta. È uma enorme massa de gelo de aproximadamente 60m de altura, que esta em constante avanço, represando as águas do lago argentino que chegam a subir 30 metros. As águas pressionam o bloco, criando túneis e partes do gelo se desprendem gerando um espetáculo visual e sonoro.
Para nós foi impossível deixar de reconhecer que a Argentina possui duas das maiores demonstrações de força da natureza e  belezas naturais que já vimos; a Garganta Del Diablo em Foz do Iguazu e o Glaciar Perito Moreno.
É bom salientar que Perito Moreno foi um grande cientista argentino, de forma que por aqui, o nome se faz presente em diversos setores, a exemplo do glaciar, parque, pico e cidade. Fiquem atentos para não confundir as informações.
Ainda no Glaciar conhecemos Mariano, que na sua Land Rover 110, muito bacana, conduz os hospedes da sua Hosteria Tierra Madre, pelos pontos turísticos da região. Trocando idéias com Mariano, tivemos boas referências de quem poderia resolver o problema dos vidros quebrados.
A noite fomos passear pela movimentada avenida principal de El Calafate, cheia de bares, restaurantes, lojas e cafés.






































06/01  El calafate

Deixamos o carro aos cuidados de Martins e sua equipe na Oscar Vidrios e   passamos o dia de bar em bar, loja em loja. Gostamos bastante de um librobar que infelizmente não lembro o nome, mas tem fotos do local.
Final da tarde nós fomos buscar o carro e ficamos satisfeitos com o bom trabalho executado pela equipe da Oscar Vidrios, que moldou as peças em policarbonato, ficando perfeitas.



07/01 - El Calafate - Bajo Caracoles - 240 kms- Hotel Casa Argentina

Saímos de El Calafate na direção de El Chaiten para ver o famoso monte Fitz Roy, numa cadeia de montanhas do mesmo nome. El Chaiten é bem menor que El Calafate, mas tem várias hospedagens, na sua maioria ocupada por adeptos de boas caminhadas. De carro não se consegue chegar na base do Fitz Roy, mas existe uma trilha de rípio, pelo lado direito da cidade e de aproximadamente 15 kms, que leva a um bom ponto de observação. O visual é muito bonito.
Como passamos muito tempo em El Chaten e ainda houve o contratempo da fila para abastecer o carro, no único posto nas proximidades (por aqui é aconselhável completar o tanque sempre que possível), não chegamos na cidade de Perito Moreno conforme planejado. Nesta área muitos lugarejos que constam do mapa, são bem pequenos e sem estrutura, portanto, estávamos com um pequeno problema. Já havíamos desistido de passar por um desvio da ruta 40, que encurtava o percurso, para podermos dormir em Gobernador Gregores, porém, no local, no sentido do desvio, fomos enganados por uma placa que indicava "Turismo Rural a 48 kms", passados 78 kms, nada apareceu. Chegamos em uma cidadezinha chamada Bajo Caracoles, já bem tarde e cansados, querendo um cantinho para dormir e a única pousada existente, estava cheia. Felizmente apareceu um argentino, que negociou um quarto de sua casa.




























08/01 - Bajo Coracoles - Bahia Catalina xxx kms - Hotel Cabanas Bahia Catalina

Dia de paisagens espetaculares na cruzada do Andes!
Saímos cedo com destino a Carretera Austral (Chile). Passamos pela Cueva de Los Manos e pela cidade de Perito Moreno, onde abastecemos e compramos mantimentos.
Próximo a Perito Moreno, abandonamos a Ruta 40 e seguimos por um desvio a esquerda para Los Antiguos, cidade que faz fronteira com Chile Chico. Ambas as cidades são bem pequenas, mas interessantes, charmosas e com belas hosterias.
Como sempre para atravessar a fronteira Argentina - Chile, tivemos de cortar a Cordilheira dos Andes. Existem alguns pontos de interseção entre a Ruta 40 e a Carretera Autral, optamos pela interseção mais ao sul, a primeira delas para nós que estamos subindo. Esta passagem leva a um ponto a aproximadamente 225 kms acima da extremidade sul da Carretera Austral (Villa O' Higgins). Saímos bem próximo a Cochrane.
O sucesso do dia ficou por conta das paisagens da estrada que cruza os Andes, foi sem dúvidas um dos caminhos com visuais mais encantadores que percorremos. A estrada segue pela margem do Lago Buenos Aires, lago mais profundo da América, e que troca de nome para Lago General Carrera no território Chileno.
O caminho é uma estradinha estreita, curvas e curvas, serpenteando as enormes montanhas, algumas com os picos cobertos de neve e, no mesmo lago, variações impressionantes de tons de azul a verde, com o sol provocando reflexos incríveis.
Começando a escurecer, chegamos a Carretera Austral, chovia, fazia muito frio, mas nos estávamos extasiados. Achamos, uma pousada cabana/camping muito bacana, onde degustamos um belo salmão e dormimos aquecidos pelo fogo a lenha.
  
  
09/01 - Bahia Catalina - Coyhaique - 323 kms     Hotel San Raphael

A carretera Austral é bem mais estreita, e deserta do que imaginávamos e parte deste percurso já esta asfaltado. Cruzamos com mais ciclistas e mochileiros do que com carros. Para nós era difícil imaginar tanta energia para pedalar naquele terreno, por ladeiras (inclusive nos Andes), e com frio e chuva. Haja preparo físico para pedalar por aqui!. Seguiam com panos amarrados nos rostos, casacos, mochilas e ladeira abaixo e acima.
Chegamos a Coyhaique, principal cidade da Carretera Austral, cujo nome na língua aborigene significa aldeia ou acampamento entre águas. Chegamos no maior rango e  fomos direto almoçar, mas apesar da ótima refeição, a digestão do centolla, não foi legal. 




















































10/01 - Coyhaique - Esquel - 673 kms -          Hotel Esquel

O segundo dia da Carretera Austral foi difícil, bastante cansativo. Os 216 kms iniciais já estavam asfaltados, mas daí em diante muitas pedras, buracos e áreas de "derrubones". Para piorar diversos trechos em obras, com longas esperas.
QUEM DEMORAR A VIR, TALVEZ JÁ ENCONTRE TUDO ASFALTADO.
Continuamos encontrando poucos carros e muitos ciclistas, mochileiros e gente pedindo carona, uma prática comum por aqui.
Havíamos cogitado a possibilidade de alterar os planos e percorrer toda a Carretera Austral, porém, a partir de Villa Santa Lucia, seguiríamos para  Chaitén, a 76 kms de onde estávamos e daí teríamos um curto percurso, com a opção de uma balsa, para Castro,  ou duas balsas por outro caminho até Puerto Mont. Considerando os contratempos das balsas, e das obras que continuavam por este caminho, optamos por manter o planejado e voltar a Ruta 40, para fazer a região dos lagos na Argentina.
Após 653 kms de Carretera Austral, entramos para Puerto Ramirez e de lá para Futaleufu, que fica bem próximo a fronteira com a Argentina, cidade banhada pelos rios Futaleufu e Espolon, considerado um dos mais emocionantes para a prática de rafting. Encontramos uma turma de Santa Catarina que todos os anos, nas férias, curtem rafting naquele local.
Futaleufu, é bem bacana, mas como não temos prática neste esporte e a água é gelada, optamos por seguir cruzando os Andes. Passamos direto por Treveli na Argentina, cidade sem graça e chegamos em Esquel, com um farol de milha quebrado.
Esquel também não é nada interessante, mas cheia de turistas e com poucos hotéis, tivemos dificuldade para encontrar um com disponibilidade e garagem e não aconselhamos este no qual ficamos.
  
  
  

11 - Esquel - San Carlos de Bariloche - 681 kms Hotel Punta Condor

Passamos por El Bolson, cidade conhecida pelas cervejarias do mesmo nome. Próximo a Bariloche, a estrada vai ficando cada vez mais bonita e as motos  surgem em grande número. O calor é forte. O grande lago Nahuel Huapi surge e logo depois Bariloche.
Bariloche é a principal cidade da região dos lagos, mas já esta bastante popular e não é a mais bela delas. Almoçamos a beira do lago, no restaurante Holly, comida perfeita. Muita gente tomando banho no lago ou banho de sol.
Escolhemos ficar em um hotel afastado do ouriço, o Punta condor, fica bem aos pés do Cerro Catedral, junto a estação de esqui. Quarto muito bom, mas nesta época o sol invade os apartamentos, todos voltados para o nascente, talvez pela   bela vista que oferece a montanha e os teleféricos.
A noite o tempo esfriou e passamos do calor a um friozinho.




























12/01 Bariloche - Pucon - 350 kms - Hotel Bungalows Huarranchi 
Dia da região dos lagos. Realmente esta parte da Argentina e muito bonita, tanto no inverno quanto no verão. Os lagos ficam cheios de banhistas, com barcos, jet sky e tudo que se tem direito na praia.
Com certeza, quando ficamos em Bariloche  tomamos a decisão errada, pois teria sido bem melhor seguir até Villa La Angostura, cidade bem mais atrativa, com bela arquitetura e muitos barzinhos interessantes, San Martin e Junin de Los Andes, são também cidades muito interessantes.
Passamos por Vila La Angostura, onde paramos para curtir um pouco o local, muito legal, San Martin, e Junin de Los Andes onde almoçamos.
Mais adiante, próximo a fronteira com o Chile, o GPS (um garmin 3670 com mapa da América do sul, adquirido recentemente), tal como diversas outras vezes, ficou completamente desorientado. As vezes sabemos que estamos a uma distância muito pequena de um local e ele informa uma distancia quase dez vezes maior que a real. Nenhuma sinalização na estrada informando sobre o caminho internacional,
bom se orientar pelos mapas
Chegamos a Pucon a noite, este trecho da cruzada dos Andes, não teve nenhum momento que mereça muitos comentários, com exceção do Vulcao Villarrica que já é visto bem antes de Pucon, cidade sem sobras de dúvidas muito mais interessante que a vizinha cidade Villarrica. Pucon tem muitos barzinhos, agitos e uma infinidade de atrações, principalmente esportivas.









































13/01 - Pucon - Santiago 830 kms                           Hotel Vip Home Apart.

A viagem durou todo o dia. Estrada de asfalto e nada a comentar.










14/01 Santiago
Santiago é uma cidade grande e como toda capital, tem locais feios e locais bonitos. Como as nossas estadias são sempre muito curtas, procuramos escolher bem o bairro onde ficamos, de forma que possamos estar bem localizados, e próximos a atrações, bares e restaurantes, sem a necessidade de utilizar o carro na noite. Ficamos em Los Condes, um lugar bonito, bem arborizado, ruas larga e muitos bares e restaurantes.









15/01 - Santiago - La Ligua  - 158 KMS -                      Hotel Ancimallen

Saímos de Santiago, dispostos a permanecer em Valparaiso ou Vina Del Mar, até o final do Rali Dakar, que seria no dia 18, porém, a agitação de ambas as cidades não nos atraíram, além do fato de Valparaíso ser uma muito cidade feia e Vina Del Mar apesar de mais bonita parecia um formigueiro, com centenas de pessoas concorrendo a um pedacinho de praia. Enfim, não era exatamente isto que imaginamos para permanecer por quatro dias, queríamos de fato descansar, e assim decidimos continuar a viagem até La Ligua, onde dormimos no único hotel com garagem desta pequena cidade.
Mantivemos o plano de ver de perto o rali, só que agora não mais em Valparaíso, mas em La Serena onde no dia 17 acontecera a 12ª etapa.



























16/01 - La Ligua - La Serena -  320kms                           Hotel Ananacus


Este trecho do Chile, assim como em quase todos os locais banhados pelo pacífico, é de mar gelado, ondas fortes, muitas pedras e morros nas encostas. Porém, próximo a La Serena, encontramos uma praia muito bonita de águas azuis transparentes, areia branca, uma península bem pequena, mas incrivelmente linda,  Totarillo, vale a pena conhecer.
La Serena é uma cidade, com grandes shoppings e disponibilidade de serviços de todos os tipos. Nosso hotel fica bem na orla e podemos desfrutar de um belo por do sol.
































































17/01 - La Serena

O dia foi dedicado ao rali Dakar, ficamos impressionados com a quantidade de carros (caminhões principalmente) e toda a estrutura de apoio. A impressão, se é que foi mesmo impressão, é que havia muito mais caminhões de apoio do que carros de competição.
Um grande evento, conseguimos entrar na área reservada, e da uma bela olhada em toda a parafernália, fizemos centenas de fotos, compramos camisetas, adesivos, bonés, enfim fizemos a festa.








































                                   





































  



























18/01  La Serena - Antofagasta     816km                    Hotel Holliday Inn
Seguimos ate próximo a Antofagasta pelas trilhas costeiras. O litoral do lado do pacifico e sempre mais frio e menos adequado para banho, mas em alguns trechos do litoral do Chile surgem umas baias de areias brancas e aguas azuis e menos frias como Bahia Inglesa, Cifuncho, totarillo e outras. O parque pan de Azúcar também e muito bonito e bem estruturado, com camping e cabanas tipo um sombrerão com estrutura para um churrasco e proteção do sol.
À noite chegamos a Antofagasta, principal cidade do norte do Chile e que já pertenceu ao território boliviano, Com Um clima bem mais quente, as praias desta região ficam muito concorridas. Tivemos dificuldades em encontrar hotel com disponibilidade de vagas, principalmente com garagem.










































 
19/01 Antofogasta - San Pedro de Atacama - 340 kms -            Hotel Corvatsch
Em Antofogasta, deixamos a Costa para seguirmos em direção ao deserto de Atacama, o mais alto (2500m acima do nível do mar) e mais seco deserto do mundo. Em algumas regiões comenta se que não chove a mais de 400 anos.
Passamos por Calama, abastecemos e seguimos. San Pedro de Atacama e uma cidade Pequena, mas com um grande numero de hospedagens, na sua maioria locais rústicos, com construções em tijolo de Argila. Pessoas das mais diferentes partes do mundo, muitos jovens mochileiros, improvisando dormida ate na praça.
Neste primeiro dia fomos ao Vale da Muerte e ao vale La luna, ambos com paisagens como o nome já sugere, bem áridas e com crateras, que devem se assemelhar à superfície da lua. Paisagens fortes e ao por do sol especialmente belas.
À noite fomos jantar no El Toconar, um barzinho com boa comids e um som muito legal.

20/ 01 San Pedro e Atacama

Acordamos as 3:30 hs, para sairmos às 4hs, para ver os gêiseres El Tatio.
Apesar dos comentários que a estrada estava péssima, que recentemente houve um acidente com mortes, que no escuro era difícil perceber os perigos, optamos por seguir no troller. Como saímos bem cedo, fomos o primeiro carro na trilha. Ao longo da viagem, outros carros apareceram aderindo ao comboio. El Tatio fica a 4.300 m de altura e a 94 Km de San Pedro. Ainda no escuro avistamos os gêiseres, jorros de fumaça e água quente brotando do solo de lava vulcânica. O frio no local é intenso, não desconsidere isto. Quando o sol aparece à temperatura sobe bastante. Apesar de toda esta descrição, os gêiseres não são uma visão deslumbrante. Impressionante, diferente, mas não se compara a outros grandes fenômenos da natureza.
Na volta passamos no povoado de Machuca e na estrada para a lagoa puritama, local que acreditamos que vale a pena conhecer, porem o frio, o mal estar da altura e a caminhada nos fizera desistir.
À tarde fomos ao Salar e a lagoa Cejar, uma lagoa com alta concentração de sal, permitindo boiarmos com facilidade e dificultado bastante um mergulho ate o fundo, inclusive pelo ardor do sal nos olhos. Quando o corpo seca estamos brancos de sal e a pele repuxando. Ainda no local tomamos um bom banho de chuveiro.


 













































21/ 01  San Pedro de Atacama   ---   Iquique               488km                    Hotel Arenas Brancas
Retornamos por Calama, cruzamos a pan-americana e seguimos pela costa. Trecho de muitas rochas, nenhum local de praia agradável para banho.
No caminho tivemos um problema de vazamento de combustível e fomos rebocados por um Kia, no qual viajavam duas chilenas muitas engraçadas e prestativas. Colocamos a barra de ferro, improvisando alguns engates, pois o troller e mais alto, e seguimos rebocados.
Como o trecho é inteiro de curvas e declives e as chilenas não tinham pratica em rebocar, passamos por um sufoco. Foi cada solavanco! Com receio de capotarmos, optamos por ficar poucos km depois, em um local de parada de caminhoneiros. Conseguimos uma carona para Iquique, onde compramos a peça com defeito e retornamos para troca-la.
Enfim chegamos a Iquique, cidade litorânea, com muitos turistas, produtora de minérios e com uma zona franca (Zofri), não muito atraente.





























22/ 01 Iquique --- Tacna          -  330 Km  -                                                 Hotel Casa Del Turista 

Após uma volta pela cidade e uma rápida visita a zona franca, deixamos Iquique. A saída de Iquique é por um caminho nas montanhas, pelo povoado de Alto Hospício. Na Duna Cerro Dragon, um gigantesco monte de areia de 350m de altura, se tem uma bela vista da cidade.


Nosso tempo não nos permitiu conhecer as praias de Arica, cidade mais ao norte do Chile, e de águas mais calientes, assim, deixamos a costa e seguimos direto para Tacna no Peru. Nesta alfandega queriam que tirássemos tudo do carro, inclusive as pecas de reposição. Por fim conseguimos que olhassem as caixas dentro do carro.
Chegamos a Tacna já tarde, porem, a cidade estava bem movimentado, muito turista e poucos hoteis. Com uma indicação conseguimos um hotel bonzinho e com garagem.




23/01 Tacna -- Juliaca                 -  436 Km -                                                               Hotel Maison
Optamos por seguir para Cusco por Puno, para conhecer o lago Titicaca, o mais alto lago navegável do mundo, atinge 3.900 m e possui algumas ilhas, sendo a principal delas Taquille, onde vivem tecelões descendentes dos Incas. Erramos na opção, com certeza teria sido melhor ir por Arequipa, pois o caminho foi bem difícil, trechos de 50km/h, Puno é uma cidade feia e  tem um serviço de turismo muito ruim.    Depois de passearmos pelo Titicaca, seguimos um pouco mais à frente para Juliaca.







































 
24/01  Juliaca -- Cusco     290 Km                                                                   Hotel Arqueológico  

Neste trecho passamos por alguns lugarejos pequeninos, localizados em belos vales verdes, onde a principal atividade é o cultivo da coca. Paisagens  belas e tranquilas.  
Observamos que no interior do Peru, ainda se mantem a tradição de se vestir com roupas típicas, feitas de lá de carneiro e acompanhadas de chapéus coloridos. O peru ainda é um país muito pobre, nota-se pelas casas e meios de transporte. 
Em cusco visitamos alguns pontos turísticos, fomos a um bom restaurante peruano e infelizmente tivemos que desistir de visitar Machu Picchu, pois o Soreche, mal estar da altitude, iniciado em puno, continuava a incomodar bastante.
























25/01  Cusco  --- Assis Brasil      676 Km                                                      Hotel Esperança 

Dia de Paisagens inesquecíveis e diversas. Imaginem passar pelos picos nevados dos Andes, pela Amazônia Peruana, ate chegar a grandes pastos e planices. Esta estrada tem 2600 km que ligam os portos peruanos de San Juan de Marano e Ilo a cidade de Assis Brasil no Acre e dali mais 300 km ate Rio Branco. No seu ponto mais alto atinge 4.700m de altitude.
De aproximadamente 50 km após Cusco ate Puerto Maldonado, são muitas curvas em grandes altitudes, cruzando os Andes e a Amazônia peruana. Trecho dos sonhos dos motociclistas. Numa parada para curtir o visual conhecemos três motociclistas maranhenses, com os quais trocamos fotos e experiências e a amizades e encontros pela estrada continuou ate Porto Velho.





















  






26/01   Assis Brasil --  Porto Velho   788 Km      Motel


Cruzar a fronteira do Brasil, foi uma mistura de alegria e tristeza, pois além de terminar o visual das montanhas e as incríveis curvas, surgiram os buracos. Incrível mais eles surgiram bem na placa da divisa. Passamos pelo Uruguai, Argentina Chile e Peru e em todos os quatro paises, não vimos estradas asfaltadas com buracos, embora tenhamos visto, estradas de ripio e de barro, mas quando asfaltadas, o asfalto estava sempre perfeito, exceto nas zonas de desmoronamentos, mas nestes trechos a manutenção é constante...

Em Porto Velho, voltamos a encontrar, totalmente por acaso, nossos amigos maranhenses, almoçando uma comidinha bem brasileira. Ali eles iriam despachar suas motos e retornar de avião.
Na chegada a Porto velho, tivemos que enfrentar um enorme engarrafamento,  de uns 20km de estrada e já era noite..














27/01 Porto Velho --   Pontes Lacerda
Viagem apesar dos buracos, sem maiores emoções.


28/01 Pontes Lacerda   --   Cuiaba                                                                              Hotel Deville
Fomos trocar os vidros do troller na concessionária local, por sinal muito bacana, que já conhecia quando fomos ao pantanal, ali encontramos os amigos Gardenal e seu irmão Guilherme, depois de sermos muito bem atendido, fomos encontrar os nossos conterrâneos amigos e companheiros de Salvador, que estavam em uma expedição pelo Pantanal. Jantamos juntos ouvindo os relatos. Choveu muito este ano e os baianos tiveram que mostrar para o que vieram..  Muito bom mesmo encerar a viagem com este encontro.

  


29/01  Cuiabá --  Mineiros        500km                                                                         Hotel Ineia

Dormimos em uma pousada muito bacana, na entrada do Portal das Emas.








30/01  Mineiros -- Alvorada do Norte        830 Km         hotel Pousada Encanto




31/01   Alvorada do Norte -  Salvador   1.205 kms 
 




















































































































 

4 comentários:

  1. Muito bom Bolha!! Que Deus ilumine seus caminhos nessa prazerosa viagem!! Abs., Macarrão!!

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  2. Rapazzzz que maravilha! Curta bastante! Estarei acompanhando por aqui. Abs!!!

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  3. bom dia meu nobre amigo.... show de bola... que DEUS proteja e guie vcs nesta jornada...
    grande abraço.. e vai nos reportando ai.

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  4. Ao casal expedicionário boa viagem, postem fotos.
    Abraços, PDP

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